Todos nós sabemos que a alimentação adequada é fundamental para o crescimento e desenvolvimento saudável das crianças. No entanto, nos últimos anos, temos observado um aumento preocupante no consumo de alimentos ultraprocessados, especialmente entre os mais jovens. Veja algumas razões pelas quais devemos evitar o consumo desses alimentos e incentivar uma alimentação mais saudável para nossas crianças.

- Baixo valor nutricional: os alimentos ultraprocessados são caracterizados por serem altamente processados e industrializados, resultando em produtos com baixo valor nutricional. Eles são ricos em açúcares, gorduras saturadas, sal e aditivos artificiais, mas pobres em vitaminas, minerais e fibras. Ao consumir esses alimentos, as crianças não ingerem os nutrientes essenciais para seu crescimento e desenvolvimento adequados.

- Risco de obesidade e doenças crônicas: o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados está associado a um maior risco de obesidade. Esses produtos geralmente são densos em calorias e pobres em nutrientes, o que pode levar ao ganho de peso indesejado. Além disso, o consumo frequente de alimentos ultraprocessados tem sido relacionado ao desenvolvimento de doenças crônicas, como diabetes tipo 2 e hipertensão, que antes eram consideradas problemas de saúde exclusivos dos adultos.

- Hábitos alimentares prejudicados: a exposição constante a alimentos ultraprocessados pode prejudicar os hábitos alimentares das crianças. Esses produtos são projetados para serem altamente palatáveis, muitas vezes contendo altos níveis de açúcar, sal e gorduras, que estimulam os receptores de prazer no cérebro. Como resultado, as crianças podem desenvolver uma preferência por alimentos ultraprocessados, tornando-se mais avessas a alimentos frescos e saudáveis. Essa preferência pode persistir até a vida adulta, aumentando o risco de problemas de saúde relacionados à alimentação.

- Impacto no desenvolvimento cognitivo e comportamental: estudos têm sugerido uma ligação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e o impacto negativo no desenvolvimento cognitivo e comportamental das crianças. A falta de nutrientes essenciais nessas dietas pode afetar negativamente o funcionamento do cérebro em crescimento, prejudicando a concentração, o aprendizado e a memória.

O consumo excessivo de alimentos ultraprocessados representa uma ameaça à saúde e ao bem-estar das crianças. É importante que todos nós estejamos cientes dos riscos associados ao consumo desses produtos e nos esforcemos para promover uma alimentação saudável e equilibrada.

Lembre-se: as escolhas alimentares feitas durante a infância podem ter um impacto duradouro na saúde de uma criança.

Dra. Marith Berber
Pediatra e Intensivista
CRM 113.4949 / RQE 29.387 / RQE 29.387-1